O célebre cabaret Moulin Rouge foi aberto em 1889, em plena efervescência cultural da Belle Époque, ao pé de Montmartre, pelo catalão Joseph Oller, também proprietário da consagrada sala de espetáculos Paris Olympia. Localizado na boêmia área de Pigalle, o cabaret é mundialmente conhecido pelo moinho vermelho na fachada.

No Moulin Rouge foi consagrado o cancan como o conhecemos hoje. Originalmente apresentado como uma dança sedutora pelas cortesãs do cabaret, o cancan evoluiu para uma forma de dança sensual frenática e provocante executada por um grupo de mulheres.

Nos primeiros anos do Moulin Rouge, os shows eram marcados pela extravagância, pela inspiração no circo, com espetáculos como o Pétomane que ainda hoje são exibidos, e pela irreverência da sua principal dançarina Louise Weber, La Goulue. Outras grandes estrelas do Moulin Rouge foram a famosíssima cantora Mistinguett e Maurice Chevalier.

O cabaré tornou-se logo famoso. Em outubro de 1890 recebeu o príncipe de Galles, futuro rei da Inglaterra, Edward VII. No ano seguinte, o baile carnavalesco Bal des Quat'z'Arts, (“Baile das Quatro Artes” – arquitetura, pintura, escultura e gravura) organizado pelos alunos da Escola de Belas Artes (École nationale des beaux-arts) deu origem a um enorme escândalo. Durante a festa, que tinha uma atmosfera orgíaca, uma modelo artística resolveu desvestir-se aos poucos, acompanhando a música. Teria sido assim inventado o strip-tease.

A sala, as bailarinas e os seus frequentadores foram temas prediletos da obra do pintor Henri de Toulouse-Lautrec, autor também do primeiro cartaz do cabaré, em 1891.

Até hoje 12 filmes foram realizados sobre o Moulin Rouge, o mais recente estrelado por Nicole Kidman e mais de 15 livros foram publicados sobre o cabaré ou seus personagens famosos.