Monumento
BEAUBOURG - CENTRE GEORGES POMPIDOU
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INFORMAÇÕES
www.sacre-coeur-montmartre.com

35, rue du Chevalier-de-la-Barre

01 53 41 89 00
Diariamente: 06:00 – 23:00

Metrô:
Jules Joffrin + Montmartrobus (ponto: "place du Tertre") Pigalle + Montmartrobus (ponto: "Norvins"), Anvers - Abbesses + Funicular

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A Basilique du Sacré-Cœur é um dos monumentos mais conhecidos no mundo e é o segundo mais visitado de Paris -por dois milhões de peregrinos ou turistas a cada ano. No entanto, poucos conhecem a tortuosa história dessa igreja e os múltiplos significados políticos, culturais e religiosos que a envolvem, em grande parte escondidos pelo tempo.


Motivo de intermináveis controvérsias, a igreja foi concebida do ponto de vista de conservadores, católicos devotos, reacionários e monarquistas como monumento expiatório diante dos “excessos” que vinham desde a Revolução Francesa e culminaram na Commune de Paris. Para socialistas, democratas e muitos republicanos radicais, a basílica representava “uma permanente provocação à guerra civil”, como foi proclamado durante apaixonados debates no Conselho Municipal em 1880. A discussão ainda se arrastava em 1882 na Câmara de Deputados, quando o arcebispo Guibert defendeu a obra e Georges Clemenceau a acusou de estigmatizar a Revolução Francesa. A lei que autorizava a construção da igreja acabou por ser derrubada, mas firulas técnicas permitiram o prosseguimento da obra, que escapou a mais uma tentativa de interdição em 1897. Com grande parte da obra concluída e servindo ao culto católico havia seis anos, a igreja tornou-se um fato consumado.


Para muitos historiadores da arte e arquitetos o monumento construído é um atentado ao bom gosto, seu estilo é um pastiche românico-bizantino que lembra um bolo-de-noiva e, de sua posição privilegiada, ofende a paisagem arquitetônica parisiense.


Do ponto de vista católico esse projeto representava o ressurgimento de uma ordem moral e social conservadora, contrária às mudanças conquistadas durante a Revolução Francesa de 1789 e a tudo de revolucionário que representou a Comuna de Paris de 1871. Alegava-se que seria dedicada ao “culto do Sagrado Coração de Jesus”, mas serviria também de revanche contra os Communards – militantes da Comuna, que haviam executado o arcebispo de Paris, Georges Darboy.


Atendendo à solicitação do novo arcebispo apresentada em carta do dia 5 de março de 1873, a Assemblée Nationale aprovou uma lei no dia 24 de julho que definia a obra como de “utilidade pública”. Os debates foram acalorados e agressivos, dentre os 734 deputados uma estreita maioria (382) votou a favor. O texto não o dizia explicitamente, mas era voz corrente que a igreja serviria “para expiar os crimes cometidos pela Comuna”. Os que se opunham ferrenhamente à obra, no entanto, não esqueciam os crimes cometidos pelos que haviam massacrado a Comuna: os milhares de communards fuzilados sem nenhum julgamento, os últimos resistentes que haviam sido soterrados vivos ali em Montmarte mesmo, quando foram dinamitadas as galerias subterrâneas das minas de gesso para as quais haviam recuado, e outras barbaridades cometidas na tristemente célebre Semaine sanglante, entre os dias 21 e 28 de maio de 1871.